Quando o assunto é filme intrigante, há diretores que ficam no top 10, como é o caso, por exemplo, do diretor Jérôme Salle, com o filme “A Odisseia”, de 2016, mas lançado no Brasil, dia 22 de Março. O filme é baseado em fatos reais e relata a vida do excêntrico oceanógrafo francês Jacques Cousteau. O longa parece conter uma sucessão fictícia de cenas egocêntricas e excêntricas, mas é o puro documento de um ser humano real.
O filme relata a vida de Cousteau, sua mulher e os seus dois filhos, que vivem dentro do navio Calypso, em pleno alto mar. Porém, apenas a aventura não basta para Cousteau, ele quer mais e com isso inventa um escafandro autônomo que possibilita a respiração debaixo d’água. Essa descoberta permite a exploração de um novo mundo. E a família do oceanógrafo sempre apoia os planos de Cousteau, mas ele segue cada vez mais obstinado e louco em suas descobertas e não vê que elas vão afastando ele dia após dia da família cansada de suas excentricidades.
E por falar em excentricidade, alguém lembra do filme “Mãe!”, lançado ano passado, com Jennifer Lawrence no elenco, e que deu o que falar? O diretor de “Mãe!”, Darren Aronofsky, deixou o público chocado com uma dança alucinógena na telona ao colocar em cena um marido (Javier Bardem) e uma esposa (Jennifer Lawrence) que moram numa casa no campo para reconstruí-la e ter uma vida tranquila. Mas tudo muda quando um homem estranho chega até a casa deles e mostra ser fã do anfitrião, que é um escritor de livros tentando alcançar o sucesso.
O marido nada dedicado à esposa interpretada pela bela Lawrence após a conclusão do livro fica obcecado pelo sucesso e recebe uma procissão de fãs para uma sessão de autógrafos, que matam num clímax apocalíptico o filho recém-nascido do casal. Um filme que do ponto de vista inicial parece ser uma verdadeira loucura, mas que tem muito a nos falar numa “leitura” mais profunda. Na mesma linha, há outros filmes que os diretores brincaram com o egocentrismo de seus personagens, por exemplo, “Poucas Cinzas: Salvador Dali” (2009), “Kika” (1993), de Almodóvar, “Laranja Mecânica” (1971), de Kubrick.
Como é possível notar não é de hoje que os diretores brincam com personagens excêntricos, loucos, egocêntricos, que parecem estar no “país das maravilhas”. “A Odisseia” sobre a vida de Jacques nada mais é que um retrato da vida como ela é. A “Laranja Mecânica” de Kubrick, na época chegou a chocar também com um protagonista que iniciou o longa bebendo leite ao invés de fazer propaganda para a queridinha de Hollywood, a Coca-Cola. Mas no cinema assim como na vida real, “de médico e de louco todo mundo tem um pouco.”
Texto por Michele Souza
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